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Buscando auxiliar a compreensão dessa análise, ficou decidido que analisar semanalmente o preço do Bitcoin durante o mês de junho/2017 poderia aproximar os resultados da realidade, pois. com um cenário de recorte maior, o preço sofreria influência de muitas fontes de informação e o cenário estaria envolvido em muitos contextos. O mês de junho de 2017 foi o escolhido por ser um mês onde o Bitcoin quebrou vários recordes, seja de preço ou de capitalização de mercado, e houve uma variação expressiva no preço. O mês foi dividido em 4 períodos de observação, sendo eles: a primeira semana, entre 1 e 7 de junho; a segunda semana, entre 8 e 15 de junho; a terceira semana, entre 16 e 23 de junho e a última semana, entre 24 e 31 de junho.

Para ajudar na compreensão dessa análise, iremos analisar semanalmente o preço do Bitcoin durante o mês de junho/2017. Durante a primeira semana (01/06 até 07/06), tivemos um aumento no preço de 13,17%, iniciando a semana em 2,404.03 dólares e finalizando em 2,720.49 doláres. Em relação à variação máxima na semana, tivemos uma mínima de 2,375.87 dólares e uma máxima de 2,987.85 dólares, obtendo uma variação de 25,76%. Todos os dados acima podem ser consultados no CoinMarketCap. Confira abaixo o gráfico representativo dessa semana.

Partindo para o mapeamento da especulação, durante esta semana, aconteceram algumas tensões internacionais, iniciando com a saída dos Estados Unidos da América (EUA) saindo do acordo de Paris, acordo que prevê que “os países devem trabalhar para que o aquecimento fique muito abaixo de 2ºC, buscando limitá-lo a 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais” (G1, 2017). Utilizando as cotações do Investing.com, é possível observar que o preço dólar, em relação ao Euro, caiu 0,63% nesse curto período. Durante o mesmo período, o Bitcoin apresentou um aumento no seu preço, em relação ao dólar, de 5,46%. Essa comparação, como definido anteriormente, é a etapa de estimativa de variação.

O Bitcoin por ser uma moeda que não tem vínculo com governos, acaba que por se sobressair em tensões internacionais deste tipo, atraindo investidores que buscam preservar o seu patrimônio em caso de queda nos preços das moedas tradicionais. No mesmo dia desse impasse político envolvendo os EUA e o acordo de Paris, o CEO da XBT Providers, uma das maiores exchanges de criptomoedas atualmente, publicou uma análise cravando que o Bitcoin chegaria aos 4,000 dólares ainda ao final daquele ano (CNBC, 2017). O resultado disso, como se pode observar é uma tendência crescente no preço do Bitcoin nos cinco dias posteriores. Os valores do bitcoin neste período são apresentados na figura a seguir.

Segundo dados do CoinMarketCap, em 5 de junho de 2017 a capitalização de mercado do Bitcoin quebrou seu limite anterior e atingiu a estrondosa marca de 100 bilhões de dólares, como se pode observar no gráfico 6 a capitalização disparou nos anos de 2016 e 2017, justificando a alta procura pela moeda. Apresentando novos horizontes ao Bitcoin, que agora já pode ser comparado à outros ativos de maior respaldo no mercado financeiro, segundo a StartSe (2017), o Bitcoin chegou a valer mais do que a startup Uber. A figura abaixo apresenta a subida de preço do bitcoin desde 2013 até a semana 1.

Durante a segunda semana (08/06 até 15/06), tivemos um decréscimo no preço de 10,02%, iniciando a semana em 2,642.00 dólares e finalizando em 2,377.40 doláres. Em relação à variação máxima na semana, tivemos uma mínima de 2,050.00 dólares e uma máxima de 3,000.00 dólares, obtendo uma variação de 31,67%. Todos os dados acima podem ser consultados no CoinMarketCap. Confira abaixo o gráfico representativo dessa semana.

Esta segunda semana foi bastante movimentada para o Bitcoin, se por um lado despertou a atenção de vários especialistas ao atingir novamente o topo histórico, chegando a ser negociado por 3,000 dólares, porém, dias depois, ao final da semana cada unidade de Bitcoin estava sendo negociada por 2,050 dólares, despencando 31,67%. Essa variação confundiu alguns analistas, pois, a direção que o preço do Bitcoin tomou contrariou as expectativas, confirmando a tendência de queda ao final da semana, tendo uma variação de -10,51% somente no dia 14. A figura a seguir mostra um resumo semanal do Bitcoin.

A figura abaixo apresenta a variação dos preços do bitcoin na semana 2.

Esta semana mostrou-se mais calma no cenário político internacional em relação à primeira semana, porém, tivemos muito mais "rallys", isto é: muitas variações (sobe e desce, informalmente falando), no preço do Bitcoin. Estes rallys aconteceram por conta das altas sucessivas do Bitcoin, que gerou um movimento de venda, ocasionado pela mentalidade de lucro rápido dos investidores de criptomoedas.

Este curto período também foi marcado por alguns portais de notícias famosos postando sobre Bitcoin, pois, ao chegar aos 3,000 dólares, a criptomoeda triplicou o seu valor no início do ano, que era de 966.58 dólares, segundo informações do CoinMarketCap.

Durante a terceira semana (16/06 até 23/06), tivemos um aumento no preço de 11,57%, iniciando a semana em 2,377.50 dólares e finalizando em 2,652.80 doláres. Em relação à variação máxima na semana, tivemos uma mínima de 2,261.20 dólares e uma máxima de 2,779.60 dólares, obtendo uma variação de 22,92%. Todos os dados acima podem ser consultados no CoinMarketCap. Confira abaixo o gráfico representativo dessa semana. O gráfico 6 apresenta a variação na semana 3.

A terceira semana de junho começou agitada em relação à política internacional. Ao final da semana anterior, aconteceram algumas manifestações LGBT, pedindo respeito e mais visibilidade e isso continuou nesta semana, porém, no dia 17, começaram a circular notícias que a Coréia do Norte teria envolvimento na criação e distribuição do vírus de computador do tipo ransomware chamado WannaCry. Segundo reportagem da BBC (2017), o ataque ocorreu por causa das recentes e constantes pressões da comunidade internacional sobre a Coréia do Norte a respeito do seu programa nuclear.

De forma resumida, um ransomware é um tipo de vírus de computador que criptografa todos os dados da vítima, e em sua maioria, só liberam o acesso aos documentos mediante pagamento em criptomoedas, geralmente Bitcoin. Desta forma, o mercado reagiu rapidamente, pois, este acontecimento serviu como marketing negativo para a moeda, alimentando alguns ferozes críticos do Bitcoin que justificavam seu ódio com argumentos de que a moeda servia apenas para fins ilegais, citando como exemplo o presidente da Coréia do Sul, em discurso no dia 30 de novembro de 2017 (GUIA DO BITCOIN, 2017). Após essa culpabilização da Coréia do Norte por parte da imprensa inglesa, o preço do Bitcoin caiu 4,54% no dia seguinte (18/06), retomando o mesmo patamar de preço apenas 3 dias depois, como é possível observar no gráfico abaixo. O gráfico 7 apresenta o resumo da variação de preços no bitcoin na semana 3.

Com o gráfico acima, é possível inferir que a terceira semana foi exatamente o inverso da segunda. Como foi observado, houveram graves acusações no cenário internacional, e o início das discussões acerca do Brexit. No âmbito do Bitcoin, as movimentações no que dizem respeito ao preço foram pequenas, nenhuma ultrapassou os 10%, e ainda tivemos uma valorização de 11,57% no preço da moeda.

A quarta semana (24/06 até 30/06) foi a mais negativa do mês, tivemos um queda no preço de 9,51%, iniciando a semana em 2,674.90 dólares e finalizando em 2,420.70 doláres. Em relação à variação máxima na semana, tivemos uma mínima de 2,208.10 dólares e uma máxima de 2,700.00 dólares, obtendo uma variação de 22,27%. Todos os dados acima podem ser consultados no CoinMarketCap. Confira abaixo o gráfico representativo dessa semana. O Gráfico 8 apresenta a variação do preço na semana 4.

A última semana do mês não teve tantas notícias relacionadas ao Bitcoin, exceto um acontecimento importante para a comunidade de criptomoedas, que foi a prisão de Anthony Murgio, que operava uma exchange (casa de câmbio) ilegal nos Estados Unidos. O mercado de criptomoedas nesta semana sofreu com uma forte queda, resultante da queda do preço do Bitcoin, pois, embora sejam moedas com equipes, estrutura e propósitos diferentes, para alguém conseguir negociar qualquer uma dessas moedas alternativas precisa (ou pelo menos precisava, à época) primeiramente trocar seus dólares por Bitcoin.

No cenário político-internacional, tivemos mais um ataque de vírus do tipo ransomware, foi a vez do "Petya", que tem arquitetura parecida com o "WannaCry", porém é mais sofisticado. Assim como seu antecessor, o Petya também exigia pagamento em criptomoedas. Desta forma, o mercado novamente reagiu negativamente, pois, certamente alguns investidores temeram ter suas reputações atreladas à atividade ilegal de hackers. O ataque aconteceu nos dias 27 e 28 de junho, provocando a continuação da tendência negativa no preço do Bitcoin, como é possível ver abaixo no resumo semanal. O resumo do preço do bitcoin na semana 4 é apresentada no gráfico 9.

É possível inferir então, que essa semana foi uma das piores do ano para o Bitcoin, porém, ainda sim, a criptomoeda encontrava-se com seu valor duplicado em relação ao início do ano. As consequências do ataque do Petya só refletiram apenas nos dias seguintes, com desvalorizações consecutivas.

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